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COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Um dia desses estava lendo e estudando Psiconeurofisiologia do comportamento humano e  comecei a ler sobre a regulação do comportamento alimentar dos seres humanos. Existe vários mecanismo que interferem nesse processo como; regulação hormonal e endócrina (como baixa e alta de insulina e glucagon) e liberação de neurotransmissores. Já havia estudado como funciona a parte fisiológica, mas não com a parte emocional influenciando e alterando esses mecanismos. Consegui relacionar com diversas situações do nosso dia a dia e com minhas próprias experiências, o que torna mais fácil o entendimento.
Então resolvi escrever um texto breve para compartilhar com vocês no meu blog.

Regulação do comportamento alimentar

A regulação da fome e saciedade acontece no cérebro na região chamada hipotálamo, em áreas específicas conhecidas como centro da fome e centro da saciedade, funcionando da seguinte forma: Quando estamos um longo período sem comer o centro da fome é ativado por mecanismos que o disparam e liberam hormônios que desencadeiam os sintomas de fome, como estômago roncando por exemplo. Quando nos alimentamos, o estômago fica distendido, inicia-se o processo de digestão (quebra dos nutrientes) liberando enzimas que dispara o centro da saciedade que libera por sua vez o hormônio da saciedade. Esses mecanismos são fundamentais para o controle do peso. Essa regulação funciona através da interação do Sistema Nervoso Central (SNC) com o Sistema Endócrino.  
O controle da temperatura corporal funciona basicamente da mesma maneira, quando ficamos com a temperatura abaixo do limite, áreas específicas do cérebro são ativadas para mandar sinais de percepção do frio (calafrios) e da mesma maneira acontece quando a temperatura do nosso corpo sobe, mandado sinais de percepção de calor  (sudorese).  Agora reflitam: se a temperatura do nosso se matem estável em estado sadio, por que esse mecanismo não funciona com o apetite e o controle do peso? Por que isso funciona perfeitamente entre os animais? Entre eles, quando passam por um período de maior ingesta de alimento, ficam outro período comendo pouco ou até sem se alimentar. Como dizia minha avó quando nós éramos crianças e exagerávamos na comida e depois ficávamos sem comer: “é igual a cachorro, come demais num dia e fica dois sem comer”. Essa frase comparativa realmente tem sentido. Por os animais só procuram comida quando realmente tem fome?  Esse equilíbrio era para funcionar perfeitamente, assim como funciona com outros mecanismos de homeostase (regulação).  Se o meio interno está apto a funcionar corretamente, o que influência para o seu descontrole? A resposta é simples: as emoções e os estímulos externos.
Emoções como ansiedade, estresse, depressão, angústia, sofrimento, felicidade, euforia e muitos outros, influenciam na liberação de dopamina e serotonina que são neurotransmissores do bom humor. Com a falta destes neurotransmissores, o cérebro sente necessidade de disparar mecanismos que liberem essas substâncias. Como certos tipos de comida têm o poder de fazer isso, o centro da fome é ativado; comemos; assim começam a surgir as relações emocionais com a comida, principalmente a sensação de recompensa, levando a ativar certas áreas do cérebro que registram essas informações, que são disparadas como um gatilho por estímulo dos fatores externos que são: aspecto, odor e sabor dos alimentos, assim gera um ciclo vicioso, que será novamente disparado quando novas situações emocionais surgirem. Isso explica porque achamos desculpas e motivos para comer além da nossa necessidade calórica e quando entramos numa dieta alimentar, surgem as frustrações, ansiedade, desânimo e muitos outros sentimentos que nos levam ao desequilíbrio.
Para concluir, analisemos mais um fator: quando estamos com fome fisiológica (a fome verdadeira) aquela da regulação do peso corporal, comemos qualquer coisa para saciá-la, certo? E quando escolhemos o que queremos comer?  Este é um exemplo de fome que foi ativada pela necessidade de recompensa, pelo fator emocional da nossa relação com a comida.

Simone Carvalho
24/02/12


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